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TOUR HISTÓRICO PELA BOLSA PORTUGUESA

2000 - A Bolha das Dot.coms

Veja a extraordinária bolha das TMT e dot.coms estampada no índice entre Setembro de 1999 e Março de 2000. É visível um padrão cabeça e ombros, embora a amplitude da subida não seja, afinal de contas, muito grande (50%). Ela é muito maior se nos centrarmos nas estrelas, PT, Telecel, PTM, Sonae.




Em Janeiro há uma correcção forte, com muita gente a temer o fim da alta logo aí. Mas ela continua, cada vez mais centrada nas mesmas empresas (as quatro citadas antes).

É grotesco considerar qualquer destas empresas "tecnológicas". O que é uma empresa tecnológica? Uma que usa tecnologia? Nesse caso qualquer têxtil ou restaurante o é; nesse caso a TAP e a Carris também são tecnológicas, e a padaria da esquina também. Ou devemos considerar tecnológicas as empresas que produzem tecnologia? Assim já parece mais adequado mas, nesse caso, a PT, a Telecel, a Sonae e a PTM continuam longe de ser tecnológicas, tão longe como a TAP ou a Carris, pois não produzem tecnologia alguma. A Efacec faz tecnologia, ela, a Novabase e a Altitude Software talvez sejam as únicas tecnológicas portuguesas que estão ou estiveram quase a estar cotadas... Das três, só as duas últimas têm a ver com a Internet. A PTM, a Cofina e a Pararede montam sites na Web, mas isso não é "ser tecnológico", é "utilizar tecnologia para produzir conteúdos", uma coisa que os pintores, jornalistas e produtores de telenovelas também fazem.

Na categoria de Média, podemos considerar a PTM, a Lusomundo, a Impresa, a Sonae.com, a Media Capital e a Cofina, pois detêm jornais, revistas, portais na Web ou televisões.

Na categoria de telecomunicações temos a PT, Telecel e Sonae.com, mas nenhuma é tecnológica, como já vimos. Portanto, temos, de facto, em Portugal, muitas TMTs cotadas, mas nenhuma, a não ser a Novabase, é tecnológica. Temos tecnológicas que não são TMT. Finalmente, a própria categoria TMT é absurda, pois Telecomunicações e Média já são dois negócios bem distintos, mas então Tecnologias é uma designação demasiado genérica e distinta das outras duas. Parece evidente que o rótulo TMT foi inventado por razões de pura conveniência do marketing bolsista (ajudou a vender muitas empresas que nada valiam por alto preço na bolha de 2000 por esse mundo fora).

Veja no gráfico abaixo como a Telecel, PT e Sonae sobem cerca de 100% e depois perdem quase todos os seus ganhos e veja as subidas brutais, com cabeça e ombros bem visíveis, da PTM e da Terra Networks.




Até Fevereiro, florescem os movimentos especulativos com small caps também, alimentados por "bocas" nos foruns da Net, que ganham uma popularidade sem precedentes. Cin, Tertir, Sumolis, são alguns dos alvos dos especuladores. Em Fevereiro também, mais coisas insólitas: alguém descobre, de repente, num dia de inspiração, que a Pararede, a Cofina e a Lusomundo também são TMTs e, vai daí, disparam 200 a 400% cada. Depois mais alguém inspirado se lembra de que, afinal, toda a empresa de informática também é uma TMT ou dot.com (parece justo) e, vai daí, disparam a Reditus e a Compta outro tanto.

Em fins de Fevereiro, muita gente começa a falar de uma correcção no mercado. O índice começa a mostrar constância, mas sem cair a princípio. A minha interpretação desse momento crucial foi errónea. Sabia que as dot.coms estavam caras de mais, mas pensei que o mesmo não se podia dizer das telecoms (PT, Telecel, EDP, Sonae), pois ainda tinham PERs aceitáveis e expectativas de crescimento das receitas muito boas. Puro engano. As telecoms também estavam caras em termos fundamentais, sabemo-lo hoje, porque os crescimentos vão ser menores do que o esperado, e vão competir baixando tarifas. Observei os volumes da Bolsa, estavam muito grandes, as salas de investidores muito cheias, mas não se vira o mesmo em 1997? E a Bolsa, nessa altura, subira mais um ano antes da queda, com as salas constantemente cheias. Os volumes, em Fevereiro de 2000, estavam grandes, ao nível dos de Abril de 1998. Isso, só por si, não preconizava queda, pois os volumes tinham tendido a aumentar constantemente ao longo dos anos, devido ao cada vez maior day-trading.

O maior problema era o Nasdaq que estava no pico de uma bolha que só podia terminar em crash. Mas quantos de nós o previmos antes de acontecer?

Acho que uma caricatura caracteriza bem a situação. Vários investidores estão sentados à volta de uma mesa (forum online?), a discutir a situação da Bolsa. Diz um: "Bom, vai haver uma correcção". Diz outro: "Tens razão, também me parece, as cotações subiram muito". Diz um terceiro: "Sim, mas vai ser só de uns 15%, depois volta tudo a subir, pois há uma procura muito alta". Diz um quarto: "Ok, mas que vai haver correcção, vai". Passam-se horas. O mercado não está a corrigir, embora tenha parado a subida, como uma locomotiva à espera. Então, na mesa, uma voz houve-se: "Esperem aí; acho que afinal não vai haver correcção, pois se fosse haver, já tinha começado". Outro responde: "Sim, acho a análise correcta; até porque o mercado nunca reage como estamos à espera, e nós estávamos, há bocado, a prever uma correcção". Outro junta-se ao mote: "Sim, se se falou de correcção e ela não veio, já não vem".

Então, começou mesmo a correcção! A locomotiva começou a descer o desfiladeiro, e que desfiladeiro... Estão a ver? O pensamento contrário também falha às vezes. Todos previram a correcção, e ela aconteceu mesmo. O problema foi niguém ter vendido logo nos primeiros dias... Todos pensavam que ia ser só uma correcção de 10 a 15%. Isso leva-nos à fase seguinte.

(Anterior: 1999 - O Euro! O Euro! E Depois o Deslizar...)

(Seguinte: Março de 2000 a Abril de 2001 - A Destruição das Ilusões)